A Função Sexual e os Transtornos Psiquiátricos
A função sexual e os transtornos psiquiátricos prejudiciais
Transtornos mentais são condições que podem afetar significativamente a função sexual das pessoas. De fato, vários transtornos comuns têm um impacto direto sobre a sexualidade e o bem-estar sexual das pessoas afetadas.
Depressão e Sexualidade
A depressão é uma das condições mais conhecidas por afetar a função sexual. Pessoas com depressão frequentemente experimentam diminuição do interesse sexual, conhecido como libido. Além disso, os antidepressivos prescritos para tratar a depressão podem ter efeitos colaterais sexuais, como dificuldade em alcançar o orgasmo ou redução da libido.
Ansiedade e Resposta Sexual
Transtornos de ansiedade, como transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), podem interferir na resposta sexual. De fato, a ansiedade excessiva pode dificultar a excitação e o relaxamento necessários para uma experiência sexual satisfatória. Dessa forma, ela acaba levando o indivíduo a uma hipervigilância e, consequentemente a entrar no ciclo da falha sexual.
TEPT e suas Consequências
Indivíduos com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) podem ser impactados por flashbacks ou memórias traumáticas que interferem na intimidade sexual e, consequentemente, na capacidade de se conectar emocionalmente durante o sexo.
Transtorno Bipolar e Comportamento Sexual
O transtorno bipolar, com suas fases maníacas e depressivas, pode influenciar significativamente o comportamento sexual. Durante a fase maníaca, é comum ocorrer aumento da libido e comportamentos sexuais impulsivos. Por outro lado, na fase depressiva, pode haver falta de interesse ou energia para o sexo. Além disso, O transtorno bipolar pode impactar a autoimagem e a autoestima da pessoa, o que, por sua vez, pode influenciar a forma como ela se sente em relação à sua sexualidade. O estresse crônico associado ao manejo da doença também pode afetar a disposição para a intimidade sexual.
Esquizofrenia – Desafios na Sexualidade
A esquizofrenia apresenta desafios específicos relacionados à sexualidade. Estes incluem diminuição do interesse sexual, dificuldades de comunicação interpessoal e efeitos colaterais de medicamentos antipsicóticos. Com efeito é uma condição mental complexa que pode apresentar vários desafios relacionados à sexualidade para as pessoas afetadas.
Comportamentos Sexuais Compulsivos
Transtornos do controle dos impulsos, como transtorno de compulsão sexual ou hipersexualidade, podem resultar em comportamentos impulsivos, onde as atividades sexuais repetitivas tornam-se o foco central da vida da pessoa a ponto de descuidar da sua saúde, cuidados pessoais e outras atividades. Além disso interferem nas relações interpessoais, dificultanto a criação de vínculo e intimidade com um parceiro (a).
Uso de Substâncias e Impacto na Função Sexual
O abuso de substâncias, como álcool e drogas ilícitas, tem um impacto negativo na função sexual. Isso ocorre tanto devido aos efeitos diretos das substâncias no organismo quanto aos efeitos sobre a saúde mental das pessoas afetadas
Transtornos de Personalidade e a Intimidade Emocional
Alguns transtornos de personalidade, como o transtorno borderline, afetam a intimidade emocional e a estabilidade nas relações, influenciando indiretamente a função sexual. Pessoas com esse transtorno costumam ter uma instabilidade emocional e corportamento impulsivo. Então encontram muita dificuldade em manter relacionamentos interpessoais estáveis e saudáveis porque podem alternar entre idealizar e devaluar pessoas próximas, resultando em relações turbulentas e intensas.
Integrando o Tratamento Psiquiátrico com a Terapia Sexual
Uma abordagem integrada entre o tratamento psiquiátrico e a terapia sexual é essencial para abordar as questões complexas que envolvem transtornos mentais e problemas sexuais. É fundamental uma avaliação holística que considere ambos os aspectos, seguida por um tratamento multidisciplinar. A psicoterapia pode ajudar a explorar as questões emocionais subjacentes, enquanto a adaptação dos medicamentos psiquiátricos pode minimizar os efeitos colaterais sexuais.
A educação sexual fornecida por terapeutas sexuais ajuda a promover uma compreensão saudável da sexualidade. Conforme os sintomas psiquiátricos melhoram, a terapia sexual pode ser gradualmente reintroduzida para recuperar a intimidade e superar desafios sexuais. Além disso, a comunicação aberta entre os profissionais de saúde mental e terapeutas sexuais é fundamental para coordenar o tratamento de forma eficaz e promover a recuperação abrangente do paciente.
Se você está enfrentando desafios relacionados à função sexual devido a transtornos mentais, não hesite em procurar ajuda profissional. Psiquiatras, psicólogos e terapeutas sexuais são profissionais capacitados para oferecer tratamentos especializados e personalizados que podem melhorar sua qualidade de vida e bem-estar sexual. Lembre-se de que buscar ajuda é o primeiro passo para encontrar soluções e sentir-se melhor.
Este artigo trouxe alguns transtornos mentais e as consequências para a sexualidade. Não tenho a intenção aqui de abranger todos os sintomas e aspectos que abrangem cada um, mas sim trazer luz ao assunto. Cada caso é único e nestes casos é necessário sempre uma equipe multidisciplinar para traçar o melhor tratamento.
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Foto destaque: pexels-alex-green-5699729
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Maritza
Terapeuta Sistêmica e Sexóloga com expertise em Terapia Cognitiva Sexual e Análise Comportamental. Especializada em resolver desafios relacionais e sexuais, aplicando abordagens inovadoras e ferramentas como Genograma e Constelação Familiar. Palestrante e educadora dedicada à disseminação do conhecimento sobre sexualidade humana. Comprometida com a criação de espaços terapêuticos seguros e colaboração eficaz em equipes multidisciplinares. Atendimento personalizado, centrado no cliente, buscando facilitar transformações positivas na vida dos clientes. Elevados padrões éticos e contínua busca por atualização profissional. Atendimento individual e casais.
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