Educação em sexualidade,  Sexualidade Humana

Educação sexual na infância

 

A educação sexual na infância: um caminho para um adulto saudável

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A educação sexual na infância desempenha um papel fundamental no desenvolvimento saudável e na formação de atitudes e valores em relação à sexualidade. Aqui estão alguns pontos importantes a serem considerados sobre a educação sexual na infância:

Idade e comunicação na educação sexual na infância

  1. Idade apropriada: A educação sexual deve ser adaptada à idade da criança. Isso significa que os tópicos e as informações compartilhadas devem ser adequados ao estágio de desenvolvimento da criança. As discussões sobre sexualidade na infância devem ser simples e diretas, abordando questões de acordo com o que a criança é capaz de entender e assimilar.

  2. Comunicação transparente: É essencial criar um ambiente onde as crianças se sintam à vontade para fazer perguntas e expressar suas dúvidas sobre o corpo, relacionamentos e sexualidade. Os pais e cuidadores devem estar dispostos a ouvir e responder às perguntas das crianças de maneira honesta e informativa.

Vocabulário adequado, respeito aos limites e valores e normas

  1. Ensino de terminologia correta: Use palavras precisas e corretas ao falar sobre partes do corpo, órgãos sexuais e funções. Isso ajuda a eliminar qualquer confusão e permite que as crianças desenvolvam um vocabulário adequado para discutir questões de saúde e sexualidade.

  2. Respeito pelo corpo: Ensine às crianças sobre a importância do respeito pelo próprio corpo e pelo corpo dos outros. Isso inclui estabelecer limites pessoais, entender o conceito de consentimento e ensinar sobre a privacidade.

  3. Valores e normas: Compartilhe seus valores pessoais sobre relacionamentos, respeito, comunicação e responsabilidade sexual, mas também esteja aberto a discussões que permitam que as crianças formem suas próprias opiniões.

  4. Prevenção de abuso sexual**: Eduque as crianças sobre o toque apropriado e inapropriado e ensine-as a reconhecer sinais de abuso sexual. Explique que elas têm o direito de dizer “não” a qualquer toque que as faça se sentir desconfortáveis e que devem contar a um adulto de confiança se algo assim acontecer.

  5. Puberdade: Quando se aproximam da puberdade, as crianças começam a passar por mudanças físicas e emocionais significativas. É importante discutir essas mudanças antecipadamente, para que as crianças saibam o que esperar e não se sintam envergonhadas ou confusas.

Materiais didáticos para educação sexual na infância

  1. Uso da tecnologia: Eduque as crianças sobre o uso seguro e responsável da tecnologia, incluindo a internet e as redes sociais.  Já que o uso inadequado e excessivo pode expor as crianças a informações sexuais precoces e a pornografia.

  2. Recursos educacionais: Utilize livros, vídeos e recursos educacionais apropriados para a idade,  com o intuito de ajudar  a complementar suas discussões e fornecer informações precisas.

  3. Conversas contínuas: A educação sexual não é uma conversa única, mas sim um processo contínuo. Continue a verificar com as crianças e adolescentes para ver se eles têm perguntas ou preocupações em evolução e ajuste suas conversas conforme necessário.

Lembrando sempre que a educação sexual na infância deve ser informativa, respeitosa, sensível à idade e livre de preconceitos. Ela desempenha um papel vital na promoção de relacionamentos saudáveis, na prevenção do abuso sexual e no desenvolvimento de uma compreensão positiva da sexualidade desde cedo. Além disso, pode ajudar a criar uma base sólida para que as crianças tomem decisões informadas sobre sua saúde sexual à medida que crescem.

 

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Um desafio para os pais

Conversar sobre sexualidade com crianças pode ser uma tarefa desafiadora para muitos pais, com toda a certeza   algumas  dificuldades podem surgir, tais como:

  • Desconforto pessoal – muitos pais se sentem desconfortáveis ao falar sobre tópicos relacionados à sexualidade com seus filhos. Isso pode ser devido a suas próprias crenças, experiências passadas ou simplesmente à natureza íntima do assunto.
  • Falta de conhecimento – Alguns podem se sentir inadequados porque não têm informações precisas ou atualizadas sobre o assunto. Isso pode levar ao receio de dar informações erradas às crianças.
  • Preocupações culturais e religiosas – De fato, as crenças culturais ou religiosas podem influenciar a forma como os pais abordam a sexualidade com seus filhos. Alguns podem temer que falar abertamente sobre sexualidade vá contra suas crenças ou valores.
  • Medo de incentivar a atividade sexual precoce – Também  pode ocorrer o medo de que ao falar sobre sexualidade, estarão incentivando seus filhos a se envolverem em atividade sexual mais cedo do que deveriam.
  • Compreensão inadequada das necessidades das crianças – É importante adaptar as conversas sobre sexualidade à idade e ao nível de desenvolvimento da criança. Alguns pais podem não entender completamente o que é apropriado discutir em diferentes idades, o que pode levar a conversas inadequadas ou inoportunas.
  • Medo de causar confusão –  Também há o medo de que  suas explicações sobre sexualidade podem causar confusão nas crianças, especialmente em idades mais jovens, que podem não ter a capacidade de compreender totalmente o assunto.
  • Falha na comunicação –  Às vezes, os pais podem não saber como iniciar ou conduzir uma conversa sobre sexualidade. Como resultado,  isso pode resultar em respostas curtas, evasivas ou a evitação do tópico por completo.
  • Preocupações com a reação da criança – Os pais podem temer que seus filhos reajam negativamente à conversa, que possam ficar envergonhados, assustados ou desconfortáveis.
  • Pressões externas – A sociedade, os amigos e a mídia podem exercer pressão sobre os pais para que tenham ou não tenham determinadas conversas sobre sexualidade com seus filhos em momentos específicos, o que pode criar ansiedade.

Superando as dificuldades

Para superar essas dificuldades, os pais podem buscar orientação com educadores sexuais/sexólogos através de palestras ou sessões educacionais,  e recursos como livros, vídeos e materiais educacionais, para se prepararem para essas conversas. Além disso, é importante lembrar que a educação sexual deve ser uma jornada contínua e adaptada ao desenvolvimento da criança. Começar cedo, com conversas simples e apropriadas à idade, pode ajudar a construir uma base sólida para discussões futuras mais abertas e maduras sobre sexualidade. Também é fundamental criar um ambiente de apoio e aberto ao diálogo para que as crianças sintam que podem fazer perguntas e expressar suas dúvidas sem julgamento.

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Fotos: pexels-rdne-stock-project-7104241 / pexels-rdne-stock-project-7104208

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Terapeuta Sistêmica e Sexóloga com expertise em Terapia Cognitiva Sexual e Análise Comportamental. Especializada em resolver desafios relacionais e sexuais, aplicando abordagens inovadoras e ferramentas como Genograma e Constelação Familiar. Palestrante e educadora dedicada à disseminação do conhecimento sobre sexualidade humana. Comprometida com a criação de espaços terapêuticos seguros e colaboração eficaz em equipes multidisciplinares. Atendimento personalizado, centrado no cliente, buscando facilitar transformações positivas na vida dos clientes. Elevados padrões éticos e contínua busca por atualização profissional. Atendimento individual e casais.

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