Pornografia,  Sexualidade Humana,  Terapia sexual

Pornografia em excesso causa dependência

Pornografia em excesso causa dependência e afeta negativamente a vida  relacional de uma pessoa ou de um casal.

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Pornografia X outras substâncias

O vício na pornografia é tão prejudicial à saúde  como  de qualquer outro vício de substâncias tóxicas como o álcool ou algum narcótico.

Pesquisas comprovadas revelaram que as sensações provocadas pelo uso da pornografia afetam diretamente nosso sistema de desejo e recompensa no cérebro. E por atingir exatamente esta área de satisfação, que o consumo frequente da pornografia acaba criando um hábito que muitas vezes é difícil de ser quebrado.

O caminho neural da pornografia

Todo hábito surge de um caminho neural no nosso cérebro.  Quanto mais repetimos uma ação, mais fácil fica essa ligação. Por exemplo: Vamos imaginar uma pessoa que caminhando pela mata descobre uma praia deserta que nunca foi frequentada por ninguém.  Ela caminha pelo mato até chegar a esta praia.  Se ele fizer esse caminho várias vezes, vai acabar criando um caminho, uma trilha para essa praia.  Assim funciona o nosso cérebro.  Quanto mais fazemos esse caminho, mais ele fortalece esse caminho neural.

O nosso cérebro não consegue diferenciar o que é real do que é imaginário.  Por isso que  o hábito de consumir pornografia em excesso é tão prejudicial ao indivíduo e seus relacionamentos.

Estou falando de excesso, não do consumo moderado.  Em alguns casos o uso de filmes eróticos e sensuais são benéficos e necessários para a estimulação de desejo sexual e fantasias de uma pessoa ou de um casal.

O filme pornográfico mostra homens e mulheres irreais.  Tudo está ligado a uma fantasia erótica que está sendo vendida.  Então quando a pessoa vai para uma relação sexual normal, o seu cérebro continua em busca daquela satisfação sexual imediata que o filme pornográfico e a masturbação trazem. O sexo a dois é mais trabalhoso e acaba se tornando desinteressante.

Realidade X Fantasia

Fora isso, quanto mais uma pessoa assiste um tipo de pornografia, mas o seu cérebro fica acostumado com aquelas cenas.  Ou seja, o estímulo vai perdendo a força e a pessoa começa a necessitar de estímulos mais extremos para ter a mesma sensação de prazer que ela tinha no início. E isto  leva a uma busca de conteúdos diferentes e muitas vezes não convencionais

Estou falando de filmes de muita objetificação da mulher, violência física e verbal, de encenação de estupro, até coletivos, incesto, exploração infantil e muitos outros.

Muitas vezes o cérebro fica em busca da repetição daquela cena que assistiu na vida real.

Ou seja, quanto mais uma pessoa consome pornografia, mais o cérebro precisará consumir para ter o mesmo tipo de prazer.

Então quando a relação sexual é real, fora das telas, o organismo já não se sente tão estimulado, porque gravou os estereótipos e cenas que viu nos filmes.

Então, pessoas viciadas em consumir pornografia, tem muita dificuldade em atingir a excitação e até o orgasmo com estímulos naturais, ou seja, tem uma grande propensão a desenvolverem disfunções sexuais que acabam prejudicando o relacionamento sexual com a parceria e gerando conflitos conjugais.

Consequências no desenvolvimento sexual de adolescentes

O mais grave disso é que hoje, adolescentes muito jovens tem  acesso a esse material e a consequência disso é que muitos deles já estão desenvolvendo disfunção erétil e não conseguem se relacionar com ninguém, causando ansiedade, depressão e outros problemas emocionais. Por isso a educação sexual é tão importante para que crianças e jovens desenvolvam uma sexualidade saudável.  Muitas vezes esta falta de informação, esta falta de comunicação dos pais, dos educadores, faz com que o jovem vá buscar na internet aquilo que não foi ensinado a ele.  E como nessa fase, o cérebro do adolescente é uma “esponja”, com capacidade de absorver aprendizados com mais facilidade, ele está muito mais propenso a desenvolver a dependência.

 

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Revertendo a dependência

Mas isso pode ser revertido? sim

Isto significa que da mesma forma que esses caminhos neurais foram criados, eles também podem desaparecer caso eles não sejam reforçados e outras fontes de prazer mais saudáveis podem ser desenvolvidas pelo nosso cérebro.  Exercícios, como a meditação, por exemplo, já mostraram ser eficazes no combate ao vício da pornografia.


Foto destaque: pexels-cottonbro-studio-3693054

Foto 2: pexels-mikhail-nilov-6964137

Terapeuta Sistêmica e Sexóloga com expertise em Terapia Cognitiva Sexual e Análise Comportamental. Especializada em resolver desafios relacionais e sexuais, aplicando abordagens inovadoras e ferramentas como Genograma e Constelação Familiar. Palestrante e educadora dedicada à disseminação do conhecimento sobre sexualidade humana. Comprometida com a criação de espaços terapêuticos seguros e colaboração eficaz em equipes multidisciplinares. Atendimento personalizado, centrado no cliente, buscando facilitar transformações positivas na vida dos clientes. Elevados padrões éticos e contínua busca por atualização profissional. Atendimento individual e casais.

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